Escrevo como toco piano! - Monologo sem Fim!

Em cima de um palco, um piano, uma cadeira, um portátil, uma mesa.
Uma mulher!

Entre o passar de um lado para o outro, entre uma escolha, de um instrumento de comunicação, escolhe a fala! Vira-se para o publico, e a voz ecoa pela sala escura!

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Escrevo como quem toca piano!
E eu toco piano,
as mãos que sobem para depois caírem sobre as teclas,
o som forte que sai,

como em momentos o som que desafina de uma aprendizagem que não é bem feita!
que fica aquém de tudo!

Escrevo sem sentido, sem palavras que defino a tristeza de muitos os momentos que vagueio por entre os pensamentos que não habitam em mim!

a paixão pelo tocar suavemente com a ponta dos dedos, por uma superfície de teclas, tanto de um computador como de um piano!

O movimento tão igual, tão profundo, na forma de comunicar com o mundo, estou aqui!

E no final deste momento de passagem de toques entre um teclado, tanto de piano como de computador, não deixa exprimir a saudade que teima em bater num coração...

E dedos que caem docemente sobre o teclado, e a fúria que habita em cada toque... Doí! Quando as coisas não acontecem! quando a música fica parada num piano fechado, quando o teclado do pc não exprime a sua possibilidade!

A vida acontece nos encontros, de um momento que não volta, que não se repete, apesar de sentir muitos dos momentos repetições de um tempo sem tempo, de uma palavra dita mas não vivida!

Este tempo dos não lugares, das não existências, deste grito que sai, mas que perde-se quando o espaço não existe dentro e fora de mim!

Esta vontade de gritar e nada dizer quando abro a boca! Que vontade em gritar, em parar a vida, em simplesmente deixar de existir, desta forma!

E que palavras saem deste teclado, ao som da melodia, que a seu tempo será tocada, noutro teclado, noutro espaço com a mesma emoção de fúria, contida! Sim, contida, sempre contida!
Sempre parada para não ser vivida!

Se é um poema?

Não o é! somente um desvario louco de uma noite infame, que não para...

E quero gritar, gritar, gritar... mas não sai! e doí tanto!

....


Deita-se para o chão. A Luz fecha-se o foco!
Ouve-se o piano ao fundo!

A cortina cai!

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