Reflexos filosóficos

No dia de hoje no Expresso, saiu uma reportagem, onde a importância de uma ligação entre um evento catastrófico num dado local do mundo, em 1815, remoto como a Indonésia, acabou por influenciar o verão e os anos seguintes de 1816.

Para ler: http://expresso.sapo.pt/sociedade/2016-07-02-O-ano-do-verao-morto

O efeito de borboleta, onde um acontecimento que se dá num dado  local, acabará por influenciar de outra forma os vários locais, por onde poderá passar a energia de um simples bater de asas de uma borboleta.

(conceito: Efeito borboleta é um termo que se refere à dependência sensível às condições iniciais dentro da teoria do caos. Este efeito foi analisado pela primeira vez em 1963 por Edward Lorenz. Segundo a cultura popular, a teoria apresentada, o bater de asas de uma simples borboleta poderia influenciar o curso natural das coisas e, assim, talvez provocar um tufãodo outro lado do mundo.)

O efeito de borboleta, acaba por tornar real energia física como efectivamente tem um impacto na dimensão do humano. Neste verão de 1816, vários poetas, escritores, filosóficos e os demais, acabaram por se envolver num vórtice criativo para lidar com a necessidade de aguentar um mísero verão.

Nessa mesma altura, milhões de pessoas tentavam desesperadamente assegurar o alimento aos seus filhos e gerações futuras, que pudessem sobreviver ao caos instalado.

Entre as doenças, a pobreza de espírito, onde a venda de filhos para se ter um prato de comida na mesa essencial, se tornou banal.

Desde os primórdios de uma vida, se verifica a existência da relação da falta de recursos leva as pessoas a estados próximos de uma loucura.

Na existência de um anel de fogo que liga as várias placas tectónicas, potencia o despertar em algum momento do choque das placas, tendo em conta que as respectivas acabam por chocar por períodos de 250 a 300 anos (possivelmente com um período maior), leva a estarmos a espera do inevitável, e esperar o que venha aí!




Neste efeito, espera-se o novo, como é identificado no livro a Breve História de Quase Tudo de Bill Bryson, espera-se pelo despertar novamente da mãe natureza!

E nestes momentos de perturbação por algo assustador, que nasce e vêm da natureza, onde ficará a potencialidade de um olhar espiritual, de boas vibrações, quando tudo estiver hipoteticamente perdido?

Como se ensina alguém a sobreviver?

Neste momento, entre a loucura de um mundo em constante mutação, em mudança permanente, sente-se a insegurança que vai habitando as almas... a elevada dependência de um mundo virtual, que tentamos a todo o custo manter tanto dentro como fora, numa realidade que não lhe pertence. A vida não é mais, do que miragens, que vão ficando de experiências.

A vida no mundo ocidental de uma certa classe média para cima, é nada mais do que um rol de experiências, para serem acrescentadas ao CV de uma vida. Nada mais do que uma relevância de experiências que supostamente fazem uma vida, acrescendo ao eterno Karma. Aquilo que vivemos não é tão somente resultados do que um dia fizemos numa vida anterior, numa existência num outro mundo.

O mundo coloca-se na vivência eterna da luta das classes... podemos descrever como racismo, podemos descrever como xenofóbia, como moda, como estilo, ou até mesmo uma espiritualidade, ou religião, contudo o que sai constantemente é uma eterna luta de classes...

Um sabe mais do que outro, tem mais recursos, fica no topo.
Vai criar espaço para haver uma oposição, só ganhará poder se mantiver uma oposição activa, alimentada pelo escândalo, pela miséria, e pela desigualdade, mesmo que sendo necessária ao seu pseudo estatuto.

Caso caia, a oposição ocupará o lugar, perdendo a sua identidade de oposição e tentando assegurar o poder e como acréscimo o recursos inerentes a esse poder. Sempre revestido como sinal de esperança, como forma de engrandecer o valor do Humano!

E no meio disto, colocamos as catástrofes naturais para apimentar a vida humana, e justificar a necessidade de uma estratificação da humanidade, por recursos, locais, línguas, nacionalidades, para ajudar a vida a ser mais organizada. Atrás de uma organização, tentamos que as coisas sejam mais uniformes.

Em todos os passos da vida do humano, como em quase tudo se vê, a necessidade da ligação ao processo, etapas umas atrás das outras, como sendo algo tão natural como se fossem átomos de uma energia sem par.

E neste rio de palavras, se tenta encontrar uma simplicidade para o raciocínio de uma vida, a parcimónia por sinal. Colocar a vida humana, quando superior a um grupo de mais de 40 indivíduos, numa hierarquia social, é potenciar a desigualdade que tentamos a todo o custo evitar, a necessidade de voltar as raízes, é de uma forma pseudo natural voltar ao ventre de nossa mãe. Poder ter relações privilegiadas, pouco de envolvimento, pouco de vida!

O que se pretende é tão somente estabelecer-se ligações o mais próximas possíveis, contudo a sua possibilidade é cada vez menor devido ao afastamento operacionalizado pelas novas tecnologias!

Esta leitura vista por Martin Ford, onde as novas tecnologias/robots vão criar um elevado desemprego, coloca a pergunta tão óbvia: o que vamos estar aqui a fazer? Haverá espaço para todos nós?

Para ler: http://economico.sapo.pt/noticias/martin-ford-robots-vao-provocar-niveis-de-desemprego-sem-precedentes_253492.html


E fica a sensação de ser cada vez menos... esta ligação ao mundo!

Tudo sempre tão virtual!
























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